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A IMPORTÂNCIA DOS ANIMAIS NA SOCIEDADE MODERNA


O ser humano convive mais intimamente com os animais não humanos desde que surgiu como homo sapiens. Nessa época a relação era de caça e caçador, e esses papéis se alternavam. No caminho da evolução lobos foram se tornando cães e felinos selvagens se tornaram gatinhos, e certamente influenciaram para sermos as mulheres e homens que somos hoje.
No início essa relação era de igualdade, de troca, porém com o início das atividades agropecuárias, o animal passou a ter o status de propriedade. Então passamos a ser os “donos” de outras criaturas. Do ancestral lobo, surgiram várias raças de cães, todas elas selecionadas pelas mãos humanas, e encontramos uma variedade imensa de tamanhos, cores e temperamentos caninos. Os felinos também foram transformados no gato doméstico e raças foram selecionadas, variando também em tamanho, pelagem e temperamento, o mesmo se deu com os eqüídeos, bovinos, suínos, etc. Mesmo com todas essas evoluções que já estavam em grande progresso no século XVIII, René Descartes, o precursor do pensamento moderno, dono da frase, Penso, logo existo, defendia a idéia de que os animais eram como máquinas, não sentiam e nem pensavam agindo por instinto, e que seus gritos, uivos e gemidos eram meros automatismos semelhantes ao ranger de uma carroça. O pensamento cartesiano nos acompanha até hoje em inúmeros outros paradigmas, e até bem pouco tempo era comum concluirmos e falarmos que os animais eram seres irracionais. Particularmente e quanto a isso, os equinos ficam ainda à margem de toda domesticação, ainda citado e utilizado como um objeto e ferramenta, um motor com engrenagens e “injeção eletrônica”, porém sua importância na difusão e  no desenvolvimento dos humanos fez-se e faz-se com mestria.
Nos dias de hoje, convivemos intimamente com algumas espécies que do status de propriedade estão passando para o status de membros não humanos da família, principalmente o cão e o gato, já consagrados e eleitos pela espécie humana como Melhores Amigos. Também o cavalo, não tão presente nos grandes centros, mas muito participante da vida das pessoas nas cidades menores, e que está mudando do status de animal de trabalho para o de animal de estimação, ainda no ritmo ao passo, embora ansiássemos que essa mudança fosse a galope.
Cães e Gatos dividem o sofá conosco, tomam banhos semanais com direito à hidratação profunda e chapinha, são a companhia de nossos filhos-únicos, companheiros de atividades físicas das pessoas da melhor idade (e de outras idades não tão boas assim), guardam as nossas casas, melhoram a saúde de doentes em hospitais e idosos em asilos (terapia assistidas por animais, tendo os equinos importante participação) ou simplesmente estão lá abanando suas caudas e se entrelaçando em nossas pernas quando chegamos do trabalho, nos recebendo como se recebe o ser amado, adorado, idolatrado!
E se estiver trocando olhares com seu gatinho e ele der aquela piscada demorada, tão típica dos felinos, não pense que ele está com sono, porque ele está dando um sorriso felino para você. Se o seu cão parecer compreender suas expressões faciais mais sutis, e perceber que você não está muito bem, mesmo quando as pessoas a sua volta não percebem, não estranhe, pois essa espécie aprendeu a observar e decifrar as expressões humanas e interagir com elas. Se o seu equino trocar cheiros, gostos e toques e até reclamação é simplesmente por confia e te ama.
Eles são parceiros, trabalhadores, mascotes, amigos, verdadeiros companheiros na jornada humana, ensinando-nos muito a sermos cada vez mais humanos e por isso merecem nossos melhores cuidados e atenção.
Karime Cury Scarpelli
Médica Veterinária CRMV-SP 7815
Mestre em Ciências Médicas FCM UNICAMP
Edson Martins Scarpelli
Médico Veterinário CRMV-SP 7816
Mestre em Ciências Médicas FCM UNICAMP